Inspirações

Sue Morrison: O Clown Através da Máscara

A companhia Laguz Circo vivenciou o workshop "O Clown Através da Máscara" com a canadense Sue Morrison. A experiência durou do dia 2 ao 10 de novembro e foi um forte encontro sobre a prática da arte do palhaço. 



O cerne desta abordagem é a ideia de que se nós podemos enfrentar todas as direções de nós mesmos: Norte, Sul, Leste, Oeste, Cima, Baixo só podemos rir com a beleza e a maravilha que está em nós.

A oficina nos levou a construção e vivência das duas primeiras máscaras: 1 - Norte e 2 - Sul. Cada máscara nos permitiu transitar pelos seus dois lados a EXPERIÊNCIA e a INOCÊNCIA. 

A cima apenas um pouquinho do enriquecedor encontro de dez dias na experiência do curso "O Clown Através da Máscara". 

Agora é só continuar na investigação e aguardar o momento de fazer as outras quatro máscaras.

Azvner Eisenberg



1 - O trabalho do palhaço é fazer o público sentir as coisas e levar o público a respirar.

2 - Todo mundo inspira, mas muitos de nós precisamos ser lembrados de expirar.

3 - A imaginação e o cérebro está conectado, e afeta o corpo. Qualquer mudança na mente tem uma alteração correspondente no corpo.Qualquer mudança no corpo (ou seja, no primeiro sopro) tem uma mudança correspondente na mente.

4 - Não diga ou mostrar ao público o que pensar, fazer ou sentir. Não aponte.

5 - Não diga ou mostre seus parceiros o que pensar, fazer ou sentir. Não aponte.

6 - Peso pertence a parte inferior. Mantenha um único ponto em seu abdômen inferior. Mantenha sua energia fluindo.

7 - A tensão é seu inimigo. Ela produz dormência emocional, mental e física.

8 - O que você pensa a respeito da sua performance é o que conta, não se ela é realmente boa ou ruim.

9 - O palhaço descobre um público que estão sentados em fileiras e olhando para um espaço vazio e esperando por um show. Este deve ser tratado em primeiro lugar, através do estabelecimento de cumplicidade com o público.

10 - O palhaço cria um mundo no espaço vazio, ao invés de entrar em um mundo que já existe (esboço).

11 - Use mímica para criar fantasia, não para recriar a realidade.

12 - O palhaço procura criar um jogo e definir as regras, que, em seguida, devem ser obedecidas.

13 - Não pergunte ou diga ao público o que sentir ou pensar. Tenha uma experiência emocional e convide o público a se juntar à sua reação.

14 - Seja interessado, não é interessante.

15 - Quando você está interessado, tudo acaba se tornando interessante.

16 - Todo mundo deve respirar o tempo todo, mesmo quando no palco.

17 - O palhaço entra no palco para fazer um trabalho, não para obter risos. Se houver risos, é uma interrupção, que deve ser tratada.

Payaso Chacovachi: Os Dez Mandamentos do Palhaço


1 - seja um exagero e não uma caricatura de si mesmo;

2 - não fique bravo com o público (não deveria);

3 - quando estiver no palco seja o centro do universo;

4 - nunca duvidará do seu material em cena;

5 - frente ao fracasso, usará a frase "me chupa";

6 - nunca usará o material de outro palhaço que trabalhe no mesmo lugar / praça / cidade;

7 - estará convencido de que se não foi hoje, será na próxima vez, mas encontrarás o sentimento que estava buscando;

8 - não rechaçará nenhum desafio;

9 - estará agradecido por toda a vida aqueles que te inspiraram, mesmo que não te caiam bem;

10 - será politicamente incorreto.

La Sabedoria del clown


Em nosso país a profissão de palhaço é nobre e honrosa. O exemplo de Karandash constitui uma boa prova de que o povo quer e respeita a todos os que deixam lindamente a nossa vida com inteligente e radiante riso.

Este riso faz despertar os mais elevados sentimentos cívicos. ajuda a mudar a realidade, a melhorar a vida. É democrático ao extremo, porque na atinada ideia do palhaço todos são iguais, e cada riso suscitado por ele rompe barreiras invisíveis entre os homens e lhes une a todos em uma atitude comum. E quando o palhaçoo soviético atua fora de nossa pátria, o riso aproxima os povos.

O riso sempre é sincero: se pode simular admiração, enternecimento, ou ira, mas não é possível rir do que não é cômico. E ao contrário, nem a arrogância, nem a hipocrisia podem obrigar a permanecer sérios onde o riso é unanime. É aí por que o riso que provoca a sátira é a escola de veracidade. 

Chernyshevski expressou que o cômico desperta em nós o sentido da própria dignidade. Ao rir, percebemos nossa superioridade sobre o que é ridículo na concepção do palhaço. Quem rir de algo que a si mesmo padece, sente legitimo orgulho de si mesmo. 

Fazendo rir o palhaço nos dá lições de humanidade. Sugere em nós amor, simpatia pelo homem tal como é, com suas virtudes e defeitos, tal como aparece personificado na imagem clownesca. O palhaço ignora a crueldade desnecessária: não se lança malvadamente nos pequenos defeitos e erros, apenas burla bondosamente deles. Em troca, seu riso é impecável contra os que semeiam o mal contra os homens.

Assim deve ser o palhaço soviético. E assim vemos a arte esplendorosa e inovadora de Mijail Rumiantsev - Karandash, autêntico artista do povo.