sábado, 28 de maio de 2016

Projeto O Riso Vai de Fusca - Quixeramobim/CE

É com muita ALEGRIA que a companhia Laguz Circo inicia a 2ª Etapa do projeto "O Riso Vai de Fusca - Ceará". Seguimos para o Sul do estado, cidade de Quixeramobim!


Em Quixeramobim tivemos alguns grandes aprendizados. Apenas a nível de entendimento pensamos na seguinte estratégia do projeto. A proposta levar o espetáculo "Suspiros & Burbujas" para o Sesc e receber as ajudas de custo de hospedagem, alimentação e combustível das Secretarias de Cultura de cada cidade. Nas primeiras pré-produções percebemos que o apoio das secretarias não aconteceriam como imaginávamos. Mudamos a estratégia e passamos a pedir toda a estrutura que precisávamos para o Sesc. 

Deixamos sempre claro que estávamos priorizando a valorização do nosso trabalho através do cachê, para gerar o entendimento e formação dos contratantes. Buscamos  que o Brasil seja um país que tenha a consciência de que o artista é um profissional como médico, advogado, professor e etc. 

Em relação a Quixeramobim, tivemos uma série de dificuldades com a secretaria de cultura que era dividida em dois cargos: O secretário e o gerente de cultura. No nosso caso, também estávamos em contato com uma companhia de palhaço e teatro, a Cia. Lamparim, grupo que desejava muito a nossa ida para a cidade. 

Resumindo a história, o secretário e o gerente não haviam uma comunicação clara e transparente. O que levou a seguinte situação, o secretário prometeu ajudar com alimentação, ajuda de custo da oficina de "Palhaço" e combustível. Mas, o gerente de cultura nunca estava ciente desta informação, alegando que a secretaria não tinha verba e nada havia sido passado para ele. No final, recebemos o apoio de alimentação, mas nada de ajuda de custo da oficina e muito menos combustível.

Fizemos a apresentação através do Sesc em uma escola que fica em uma comunidade próxima chamada Uruquê. O intuito era descentralizar as atividades que geralmente acontecem em Quixeramobim. Adoramos, esse é um dos nossos grandes objetivos. Os alunos estavam felizes e impressionados  com o espetáculo. Fomos muito bem recepcionados e saímos realizados. 





Como artistas que somos resolvemos apresentar de forma independentemente na praça. O público saiu da igreja e veio para o espetáculo, fizemos uma linda apresentação em parceria com a Cia. Lamparim. 



Ao final, expomos a situação para o público presente. O descontentamento da população foi geral. Ouvimos da plateia que já estavam conformados e que a Secretaria de Cultura era realmente ausente. Não podemos nos conformar, pelo contrário, precisamos agir e realizar o que desejamos. 

Conseguimos com o arrecadado do chapéu pagar a gasolina. Hugo, um dos funcionários do Sesc, também responsável pela cultura, rapaz gentil e simpático estava presente e sensibilizou-se com a situação. Fez questão de acrescentar ao valor do cachê do Sesc a ajuda de custo da oficina. 
Saímos com a alma de palhaço lavada. Fizemos o nosso dever e reivindicamos os nossos direitos. As cidades tem sede de arte, de circo, de palhaço e infelizmente muitas gestões são pouco compromissada com a cultura. Precisamos na maioria das vezes conquistar o nosso espaço, explicar quem somos, o que fazemos e qual a importância da arte para a população, mesmo assim, ainda ficam gestores que não nos compreendem. Esta é a nossa luta.