Os dias do Festival foram bastante intensos, podemos prestigiar muitas apresentações que aconteceram em Fortaleza, Itapipoca, São Gonçalo do Amarante e Paracuru.
Através do festival conhecemos artistas muito legais. Pessoas que queremos reencontrar, trocar, aprender e compartilhar.
Estávamos programados para os últimos dias, então todos os dias de espetáculos só assistimos.
O festival armou estrutura nas principais praças das cidades que receberam programação.
Uma estrutura linda, com picadeiro, aéreos, cortina e palco elevado para a charanga. Desde o início, o combinado era que a gente apresentasse com o fusquinha de fundo e naquela estrutura o Olivério não entrava.
No decorrer dos dias os artistas perguntavam: E vocês, quando apresentam? Queríamos ver vocês. Aos poucos isso foi nos alimentando uma vontade de estar no palco principal, ser visto pelos artistas que estavam na programação e receber algumas sugestões sobre o trabalho. Sabíamos que está naquele picadeiro era uma experiência diferente da que estamos acostumados e gostaríamos de vivenciar este desafio.
A gente estava programado para fazer duas apresentações, uma seria na comunidade do Serrote, em São Gonçalo do Amarante e outra em Paracuru. No nosso entendimento esta última seria no palco principal.
Durante o festival ficamos sabendo que S. Gonçalo não entrou com os apoios que haviam prometido e através de conversas com a produção, decidimos não fazer.
Transferimos a apresentação para outra comunidade, desta vez no Paracuru. Uma comunidade que tem um grupo de teatro e que são os responsáveis pela Paixão de Cristo em Paracuru. Então pensamos: Ótimo! Vai dar certo.
Aconteceu que como o Olivério não entrava no palco principal, fizemos na praça da igreja da cidade, antes da missa e anterior a programação principal da noite, subimos o fusquinha na praça e fizemos como a gente está acostumado a fazer.
Convocamos as pessoas passantes e fizemos uma ótima apresentação, mas com a sensação de que gostaríamos de ter vivenciado uma experiência diferente, juntamente com os outros artistas.
No dia seguinte, no encerramento do festival, fomos para a comunidade fazer a apresentação que substituiria a do Serrote, saímos do centro de Paracuru, pegamos estrada de terra e quando chegamos onde achávamos que havia uma praça, era apenas uma igrejinha e na frente terra batida. Ficamos tristes, não havia estrutura para o espetáculo, até para conseguir as cadeiras da igreja tivemos dificuldades.
Procuramos a área que o terreno estava mais plano e com menos pedregulho. Montamos o cenário e com um aperto no peito, fizemos. O público não tem culpa, eles também merecem.
O público era de uma generosidade grande. Se divertiram muito. Não paravam de rir. Conseguimos transformar o nosso estado e realizar uma boa apresentação.
Depois surgiram as críticas: Praticamente todas as companhias de Fortaleza, fizeram a programação paralela. Não estávamos no palco principal com os outros artistas e em conversas percebemos que a sensação que nós sentimos eles também sentiram. Vale o aprendizado. Seguimos firmes, fortes e sempre buscando o melhor de cada experiência.