Depois do episódio da apresentação que não aconteceu por falta de luz, voltamos ao bairro Picos e dessa vez a luz se fez presente.
Subimos novamente o fusquinha na praça, montamos tudo e fomos a casa de uma das moradoras do bairro, pois Ninivia, a responsável pela comunidade havia conseguido uma janta. Uma comidinha caseira deliciosa.
Foi o tempo que acabou a missa e logo quando acabou, pedimos gentilmente emprestado cadeiras para que as senhoras pudessem se acomodar.
O responsável nos emprestou e fizemos uma roda grande e linda com pessoas de todas as idades.
Parte delas estavam no dia que faltou luz e nos encorajava dizendo: Hoje vai dar certo!
Tudo pronto para começar, mas neste dia vivenciaríamos outra aventura. Decidimos levar a nossa cachorrinha Lamparina. Em apresentações anteriores ela havia passado todo o espetáculo dormindo e confiamos que aconteceria o mesmo, mas desta vez não aconteceu!
Quando começamos o espetáculo, que nos apresentamos e corremos para o picadeiro, Lamparina correu atrás da gente achando que estávamos brincando. Na confusão, quando voltamos para nos apresentar novamente, como sempre fazemos, não encontrávamos o microfone. Até que uma moça da plateia gritou: Está de baixo do carro!
Nesta situação o público já estava rindo de tudo e super curtindo o espetáculo inusitado. Até xixi no picadeiro a cadelinha decidiu fazer. Apresentamos o espetáculo entre aparições e intervenções da Lamparina, até que chegaram os amigos do Advento Audiovisual Cacheado Braga e Lucas Soares. Assumiram a responsabilidade com a cachorrinha sapeca e conseguimos finalizar o espetáculo em meio ao caos organizado. Nos divertindo e aproveitando cada situação.
Ao final, o público não queria ir embora. Tinham adorado o espetáculo. Sentado nas cadeiras emprestadas da igreja perguntavam pela cachorra dizendo: E a cachorrinha? Num vai fazer nada não?
Romina trouxe a "bixinha" para o centro do picadeiro. Eu (Felipe) pedi que fizessem silêncio pois era a sua estréia. Com o grande segredo para conseguir que Lamparina faça as coisas, em mãos, no caso uma CENOURA. Romina começou a pedir para: Sentar, Dar a pata, Deitar, Rolar e o público ficou encantado. Em seguida, mais difícil!
Lamparina pulou a mim agachado no chão e ainda pulou duas crianças do público.
É muito importante que cada vez mais artistas de ruas ocupem praças, espaços públicos e periferias.
As pessoas tem sede de arte, as vezes nem sabem disso, mas ao ver o palhaço, o circo, o artistas seus olhos brilham. Voltam a ser crianças e se divertem com coisas muito simples.
Agradecemos a Ninivia, a AMBAPI - Associação de Moradores do Bairro Picos, a senhora que nos ofereceu a janta e a cada morador que se fez presente, pois como sempre falamos: SEM O PÚBLICO O ESPETÁCULO NÃO ACONTECE!